domingo, julho 31, 2005
Quero dar cambalhotas no ar. Sentir saudades que me tirem a fome. Perder o rumo, o prumo, o chão. Ser guiado pelo inesperado. Ter no novo caminho, o único. Quero tudo ao mesmo tempo. Um mês em um dia. Uma vida em um mês. A eternidade a dois.
Futuros amantes
Chico Buarque/1993
Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
*Esse é pra você, cujo medo de que ele não venha cessará quando ele chegar. E mesmo que demore, ele chega. E será o maior e melhor. Porque o amor tem dessas coisas de superar tudo que já existiu antes. Mesmo que o antes pareça insuperável.
Chico Buarque/1993
Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
*Esse é pra você, cujo medo de que ele não venha cessará quando ele chegar. E mesmo que demore, ele chega. E será o maior e melhor. Porque o amor tem dessas coisas de superar tudo que já existiu antes. Mesmo que o antes pareça insuperável.
sábado, julho 30, 2005
segunda-feira, julho 25, 2005
Uma súbita vontade de viver em alguma aldeia pobre do mar caribenho, esperando por todas as noites, assim como Tobias, o dia em que o mar trará novamente o cheiro de rosas. E sim, acordar minha Clotilde para que o possa sentir.
Leio enquanto não o empresto "A incrível história da Cândida Erêndira e sua avó desalmada". Primeira de prováveis muitas leituras de quem poucas linhas li e já muito gosto: Gabriel Garcia Márquez
Leio enquanto não o empresto "A incrível história da Cândida Erêndira e sua avó desalmada". Primeira de prováveis muitas leituras de quem poucas linhas li e já muito gosto: Gabriel Garcia Márquez
Pérolas aos Porcos
Capa do jornal O Globo de sábado:
Lição de ética: "Neste país de 180 milhões de brasileiros pode ter igual, mas não tem, nem mulher nem homem, que tenha coragem de me dar lição de ética, de moral e de honestidade."
Noção dos objetivos: "Tenho a exata noção do que está acontecendo no Brasil neste instante. Tenho a exata noção dos objetivos."
Elite brasileira: "Eu conquistei o direito de andar de cabeça erguida, neste país, com muito sacrifício. E não vai ser a elite brasileira que vai fazer eu baixar a minha cabeça."
Cabeça erguida: "Eu sou filho de pai e mãe analfabetos. O único legado que eles deixaram era que andar de cabeça erguida é a coisa mais importante."
Todas estas frases foram ditas por nosso magnânimo presidente Lula em apenas um discurso. Não são partes de algum tipo de coletânea das piores frases desde que ele assumiu a presidência. Aliás, se fosse lançada, esta coletânea, além de deprimente, provavelmente seria maior do que "Os Lusíadas". E como nossa autoridade máxima já me declarou incapaz de julgá-lo eticamente, calo-me. Responderei à altura na próxima eleição. E torço para que todos assim o façam. Que os prováveis quatro anos de Lula e do PT sirvam para que tenhamos vinte sem tê-los novamente no governo.
Lição de ética: "Neste país de 180 milhões de brasileiros pode ter igual, mas não tem, nem mulher nem homem, que tenha coragem de me dar lição de ética, de moral e de honestidade."
Noção dos objetivos: "Tenho a exata noção do que está acontecendo no Brasil neste instante. Tenho a exata noção dos objetivos."
Elite brasileira: "Eu conquistei o direito de andar de cabeça erguida, neste país, com muito sacrifício. E não vai ser a elite brasileira que vai fazer eu baixar a minha cabeça."
Cabeça erguida: "Eu sou filho de pai e mãe analfabetos. O único legado que eles deixaram era que andar de cabeça erguida é a coisa mais importante."
Todas estas frases foram ditas por nosso magnânimo presidente Lula em apenas um discurso. Não são partes de algum tipo de coletânea das piores frases desde que ele assumiu a presidência. Aliás, se fosse lançada, esta coletânea, além de deprimente, provavelmente seria maior do que "Os Lusíadas". E como nossa autoridade máxima já me declarou incapaz de julgá-lo eticamente, calo-me. Responderei à altura na próxima eleição. E torço para que todos assim o façam. Que os prováveis quatro anos de Lula e do PT sirvam para que tenhamos vinte sem tê-los novamente no governo.
domingo, julho 24, 2005
quinta-feira, julho 21, 2005
terça-feira, julho 19, 2005
segunda-feira, julho 18, 2005
Passo então a valorizar o errado. Engano. Mentira. Dor. Mas basta um olhar para tudo mudar. Para os conceitos antigos se acabarem. Todos os defeitos que me via são insignificantes. As qualidades também. Porque na sua mais profunda essência, o amor simplesmente não vê. O amor é.
Ou não.
Ou não.
Vinho, pão da casa (da Stravaganza, o melhor que existe), bruschetta e amigos. Tudo em excesso. Não há excesso disso que enjoe.
Se jogar, no ar, no nada. Não se apoiar. Se apegar. Não ter como parar. Se machucar. Arriscar. Só vale se for assim.
Acredito em amor virtual. Não adianta se valer do ceticismo da carne e dizer que a distância engana, que as pessoas não se conhecem, que pode haver desfeita e desilusão. Acredito em amor virtual. Pois nada é mais expansivo e verdadeiro do que se conhecer pela linguagem. Nada é mais íntimo e pessoal do que se doar pela linguagem. Não serei convencido da frieza do relacionamento na web, da articulação de fachadas e pseudônimos, da ironia e dos subterfúgios denunciados nos chats. O que acontece na internet reproduz a vida com seus defeitos e virtudes, não se pode exagerar na desconfiança. O amor virtual é tão real quanto o sangue. Não preciso enxergar o sangue para verificar se ele corre. O amor virtual trabalha com a expectativa e a ansiedade. Como um teatro que se faz de improviso, com a ardência de ser aceito aos poucos, sem o temor e os avisos em falso do rosto. Na correspondência, há a esperança de ser amado e de entreter as dores. A esperança aceita tudo, transforma todo troco em investimento. Um gesto de redobrada atenção, uma resposta alentada, uma frase diferente, um cuidado excessivo, a cordialidade do eco e o amor se instala. Não há o julgamento pelas aparências (que se assemelha a uma execução sumária), mas o julgamento em função do que se imagina ser, do que se deseja, do que se acredita. São raros os momentos em que se pode fechar os olhos para adivinhar. Adivinhar é delicioso - é se dedicar com intensidade às impressões mais do que aos fatos. Alguns dirão que é alienação permanecer horas e horas teclando ou diante de uma câmera e do computador. Mas é envolvimento, amizade, compromisso. É pressentir o cheiro, formigar os ouvidos, seduzir devagar. Não conheço paixão que não ofereça mais do que foi pedido. Quem reclamava da ausência de preliminares deve comemorar o amor virtual? Nunca se teve tanta preliminar nas relações, rodeios, educação. Fica-se excitado por falar. Devolve-se à fala seu poder encantatório de persuadir. Afora o espaço democrático: um conversa e o outro responde. Findou o temporal de um perguntar para outro fingir que está ouvindo. No amor virtual, a linguagem é o corpo. Dar a linguagem é entregar o que se tem de mais valioso. É esquecer as roupas na corda para escutar a chuva. É recordar de memórias imprevistas como do tempo em que se ajudava à mãe a contornar com o garfo a massa do capeletti. Conversa-se da infância, dos fundos do pátio, do que ainda não se tinha noção, sem ficar ridículo ou catártico. Abre-se a guarda para olhares demorados nos próprios hábitos. A autocrítica se converte em humor; a compreensão, em cumplicidade. É uma distração para concentrar. Uma distração para dentro. Vive-se com mais clareza para contar e se narrar. Amor virtual é conhecer primeiro a letra, para depois conhecer a voz. A letra é o quarto da voz. (Fabricio Carpinejar)
Roubei dele. Além de tudo muito bem escrito pelo Carpinejar, complemento: ainda mais em um tempo em que conversar é secundário. Conhecer é secundário. Gostar é secundário. Arriscar, principalmente, é secundário.
Roubei dele. Além de tudo muito bem escrito pelo Carpinejar, complemento: ainda mais em um tempo em que conversar é secundário. Conhecer é secundário. Gostar é secundário. Arriscar, principalmente, é secundário.
sábado, julho 16, 2005
sexta-feira, julho 15, 2005
Batismo
Sexta feira, seu nome é Cartola
Preciso Me Encontrar
Cartola
Composição: Candeia
Deixe-me ir preciso andar,
vou por ai a procurar,
rir pra nao chorar,
quero assistir o sol nascer,
ver as aguas dos rios correr,
ouvir o passaros cantar,
eu quero nascer quero viver...
Deixe-me ir preciso andar,
vou por ai a procurar,
rir pra nao chorar,
se alguem for vir perguntar
diga que eu soh vou voltar
depois que eu me encontrar...
Quero assistir o sol nascer,
ver as aguas dos rios correr,
ouvir o passaros cantar,
eu quero nascer, quero viver...
Deixe-me ir preciso andar,
vou por aih a procurar,
rir pra nao chorar
Preciso Me Encontrar
Cartola
Composição: Candeia
Deixe-me ir preciso andar,
vou por ai a procurar,
rir pra nao chorar,
quero assistir o sol nascer,
ver as aguas dos rios correr,
ouvir o passaros cantar,
eu quero nascer quero viver...
Deixe-me ir preciso andar,
vou por ai a procurar,
rir pra nao chorar,
se alguem for vir perguntar
diga que eu soh vou voltar
depois que eu me encontrar...
Quero assistir o sol nascer,
ver as aguas dos rios correr,
ouvir o passaros cantar,
eu quero nascer, quero viver...
Deixe-me ir preciso andar,
vou por aih a procurar,
rir pra nao chorar
Oração de Sexta Feira (Homenagem ao Gabriel)
Papai do céu obrigado por este amanhecer. Pelo sol vindo de trás do morro, querendo não nascer. Obrigado pelo Albatroz-Errante que sozinho ou em bando o céu preenche, planando. Obrigado por todas as cores e tons e meio tons e sobretons. Obrigado pela Niemeyer e seu costão. Por todo caminho de casa ao trabalho, que o que tem de longo, o tem mais de belo. Obrigado acima de tudo por deixar-me ver e viver tudo isso, especialmente às sextas feiras.
quarta-feira, julho 13, 2005
Nunca a natureza me havia feito surpresa tão generosa. Nunca sentira-me tão lisonjeado pelo acaso. Mais de cem garças juntas, rentes ao espelho d´água, por mais de duzentos metros voaram. Ao chegarem perto da ponte onde eu estava, subiram. A menos de 2 metros acima de mim passaram. Desceram, rente ao espelho d´água continuaram. Como se precisasse, Paraty me deu mais este presente.
Pelas ruas irregulares de pedra vinha o bloco. Fantasias e músicas folclóricas. Encantamento geral. Encantamento total. Não fantasiada ela não cantava. Olhava apenas. Acompanhava, como eu também fazia. Seu rosto não tinha curva alguma que não traduzisse de forma plena a perfeição. Suas roupas com a cidade estavam em comunhão. Mas não foi nada disso que reparei. Arrebatou-me, enquanto o bloco passava, seu brilho simples no olhar, alegria espontânea e principalmente, a mais pura e sincera admiração que o bloco passando ela olhava.
segunda-feira, julho 11, 2005
Quem nunca dançou quadrilha, de madrugada, no meio das ruas, com pessoas desconhecidas, o som dos instrumentos acompanhado das vozes de todos presentes, num clima de confraternização plena, não sabe o que está perdendo. Quem acha isso tudo maluquice, está perdendo muito mais.
domingo, julho 10, 2005
Sexta, avenida Brasil, a caminho da Rio-Santos. Por do Sol simplesmente indescritível. O Sol se escondendo atrás do morro, as nuvens negras tampando muito da luz do fim do dia. A luz do Sol vindo de trás do morro e entrando por um buraco na negra nuvem. Surreal.