segunda-feira, maio 22, 2006

Já esperando ver rostos bonitos, não me surpreendi com sua beleza quando nosso caminho se cruzou. Mas era diferente das outras belezas. Era mais. Sua simpatia, escancarada pela leveza do seu sorriso – e que barulho gostoso fazia ao sorrir – tentava esconder uma leve preocupação. Sim, como todos, tinha problemas. Não pareciam muitos, nem graves. Não pareciam nada. Preocupações do dia-dia com certeza. Estudo para estudar, trabalho a fazer. Parecia também ansiosa. Não ao extremo, apenas uma leve ansiedade, talvez vontade de logo em casa chegar, já sabendo da adiante demorada viagem. Seus cabelos, lisos e soltos, alisava com os dedos abertos, em movimento que parecia te confortar, te relaxar. Talvez fosse um discreto pedido de carinho. Um movimento que transparecia o desejo maior pelo amor. E desde este dia que repito todo meu caminho. Copiando não somente o horário, mas o trajeto. Em seqüência que não me canso e que farei até quando te encontrar de novo. E te vir de novo. E quem sabe falarei com você. Talvez gostará de mim. Tomara. E pedirá o que não pediu ainda a ninguém. Falará o que não falou ainda a ninguém. Amará como amou ainda a ninguém.