quinta-feira, abril 13, 2006

Apesar de te querer desde o dia que te vi, foi quase sem querer que eu falei. E não era medo que não me deixou antes dizer. Talvez fosse a pretensão de o futuro saber. Achar que as diferenças eram insuperáveis, intransponíveis. Talvez você também não saiba porque a brincadeira te tocou. Logo você, que não me quis desde o dia que me conheceu. Que nem sabia se queria quando aconteceu. Mas foi desde aquele dia, que nem beijo teve, quando o carinho foi todo feito com uma troca de sorrisos à distância, enquanto uma formalidade hoje impensada impedia a aproximação maior, que senti que podia ser. Que percebi você me querer. Sem trocarmos telefone nem marcarmos de nos vermos novamente, sabíamos que o tempo resolveria. Que não tinha mais como não acontecer. Que a gente junto já estava escrito. E antes que este futuro que o passado criou chegasse, o tempo passou. Nos afastamos antes de nos juntarmos, para apenas nossas histórias de vida criamos. Para algum passado termos. Porque desde que nos reencontramos, todas essas histórias tinham um porque. Cada uma delas nos trouxe onde estamos, com quem gostamos e de onde sabemos, não sairemos. Eu sou o fim de sua linha. Você é o começo da nossa, cujo fim foge ao alcance dos olhos e, desconfio eu, inexiste. Somos pra sempre a soma de dois números díspares que resultam em um novo, primo. Indivisível.